quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Mais sobre a ISO 26000

Confira, abaixo, alguns dos conceitos que estão sendo definidos, baseados em orientação de Aron Belinky, do GAO:
Governança Organizacional - Prevê a definição de sistema de tomada de decisão para poder viabilizar a prática da responsabilidade social. Com isso, promover prática transparente, em que a participação do stakeholder vai levar em conta os interesses, desde que seja favorável, ao desenvolvimento ambiental, social e sustentável. E a participação dessas pessoas pode ser por meio de audiências públicas, fóruns, comitês de bacias, entre outros.
Meio Ambiente - Evitar a poluição e práticas que gerem aquecimento global. Utilizar de maneira racional a água e a energia; desenvolver formas de produção, que requeiram menos uso de materiais, não utilizar produtos tóxicos, monitorar emissão de CO2, promover o restauro de ambientes naturais. A preocupação deve ser desde o insumo ao impacto.
Direitos Humanos - A organização não pode ser conivente e beneficiária de situações de uso de violência e repressão, como uso excessivo de força física.
Práticas de trabalho - Não deve abusar da jornada de trabalho dos funcionários e tem de respeitar os direitos de trabalho. Isso reitera a condenação do trabalho infantil, do trabalho escravo análogo e do assédio moral, que estão ligados também ao tema dos direitos humanos.
Práticas leais de operação - Combate à corrupção, não ser conivente, praticar concorrência leal, não exercer abuso do poder econômico e envolvimento político escuso.
Questões de consumidores - Promover sistemas de proteção e saúde e de segurança do consumidor, ao direito à informação, de consumo sustentável e de proteção aos dados da privacidade do consumidor.
Desenvolvimento Social - Colaborar para causas sociais, sem promover impactos no entorno, contribuir com a educação e desenvolvimento, para a geração de emprego e renda. As ações não devem ser ¿simplesmente¿ filantropia.
Stakeholder - Qualquer pessoa ou organização que tenha interesse nas atividades da organização ou nos seus resultados (fornecedores/funcionários/clientes/ acionistas/comunidade/sociedade)
BREVE HISTÓRIA DO ISO 26000
Em 2001, o Comitê de Política do Consumidor da ISO deu o pontapé inicial para que fosse criada uma normalização na área de responsabilidade social. A cobrança partiu principalmente de consumidores latinos e asiáticos. Então, foi criado um grupo de aconselhamento, que fez um estudo sobre o tema entre 2002 e 2004, explica o presidente mundial da ISO 26000 (Responsabilidade Social), o brasileiro Jorge Emanuel Reis Cajazeira.
Segundo ele, o projeto começou a ganhar mais fôlego, em junho de 2004, quando houve a Conferência Mundial da ISO, em Estocolmo, na Suécia, que reuniu representantes de cerca de 80 países, além de participantes da OIT e da Organização das Nações Unidas (ONU). Lá se estabeleceu a parceria entre o Brasil e Suécia na liderança, ratificada pelos outros países, pois as regras estabelecem que a coordenação seja constituída por um país em desenvolvimento e outro desenvolvido, diz . Os dois países venceram concorrentes, como as duplas Dinamarca e Tanzânia e Japão e Tailândia, entre outras. Assim, o Brasil assumiu a presidência, que está relacionada ao poder político da ISO, e a Suécia, a secretaria, que é responsável pela parte técnica.
ASPECTOS POLÊMICOS
O ponto mais delicado hoje na discussão da ISO 26000 é a maneira como as normas vão se relacionar com os outros instrumentos voltados à responsabilidade social já existentes. Certamente não serão conflitantes com as normas vigentes e não vai endossar essa ou aquela norma, esclarece Aron Belinky. Entre os documentos que já tratam do tema, alguns com retaguarda de certificação, o especialista cita alguns exemplos, como os critérios publicados pela organização norte-americana GRI - Global Reporting Initiative ou a pioneira SA 8000, norma criada em 1998, pela anglo-americana Social Accountability International, que tem como fonte normas da OIT, e da Declaração Universal dos Direitos Humanos, entre outras. Nessa linha, ainda há o Princípio do Equador, instituído em junho de 2003, pelo IFC - International Finance Corporation, instituição vinculada ao Banco Mundial, que tem financiamentos a projetos privados. Recentemente foi publicado o Compêndio para Sustentabilidade Ferramentas de Gestão de Responsabilidade Socioambiental: Uma Contribuição para o Desenvolvimento Sustentável, idealizado por Anne Louette. O documento se baseia em experiência de 33 países. E a NBR 16001 de Responsabilidade Social em gestão, de novembro de 2004, é uma norma brasileira certificável, de sistema de gestão, que continua, independente da ISO 26000. Não vai deixar de existir, afirma Belinky. Segundo o especialista, o material já produzido na fase de criação da ISO 26000 é extremamente útil. Possibilita uma leitura instrutiva para quem tem interesse sobre o tema. A mídia ainda não acordou para o tamanho que está acontecendo, porque é um processo complexo. Além de mobilizar uma quantidade grande de pessoas e países, diz. PARA SABER MAIS Grupo de trabalho (empresarial) da ISO 26000 www.uniethos.org.br/gtethosiso26000

Nenhum comentário:

Postar um comentário