quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Você é o futuro da Filantropia


TED Katherine Fulton: Você é o futuro da filantropia

Bastam alguns minutos para que a presidente do Instituto Monitor, Katherine Fulton, inspire e emocione os ouvintes de sua palestra no TED Talks. Katherine, que também é estrategista, escritora, professora e palestrante sobre mudanças sociais, apresenta sua visão sobre um novo modelo de filantropia, que tem ganhado força em todo o mundo.

Criada no final do século 20, essa nova forma de caridade é movida por milhões de pessoas em todo o mundo e difere do modelo antigo por ser aberta, rápida, conectada e medida em longo prazo.

Impulsionada por novos líderes, novas ferramentas e novas pressões, a filantropia moderna segue um fluxo de energia empreendedora que vem de diversos cantos do mundo – e não mais de pólos industrializados dispostos a doar grandes quantias de dinheiro.

Katherine, que lembra estar acompanhando e participando deste processo há algum tempo, defende que este pode ser um marco na história mundial, de quando a democratização da filantropia e o poder individual se tornaram importantes ferramentas capazes de criar mudanças reais no planeta.

Para exemplificar esse processo, ela cita cinco experimentos que estão desafiando a velha premissa sobre o tema e criando algo novo. A primeira delas é a colaboração em massa, que ela representa com a Wikipédia.

“Filantropia significa dar tempo e talento, não apenas dinheiro. Clay Shirky disse: ‘Temos vivido neste mundo onde pequenas coisas são feitas por amor e grandes coisas por dinheiro. Temos agora a Wikipédia. De repente, grandes coisas podem ser feitas por amor’.”

Ela lembra que nem todos esses grandes feitos terão sucesso, mas aqueles que conseguirem “serão a maior, a mais transparente, a mais rápida, a mais conectada forma de filantropia na história da humanidade”.

A segunda categoria é a dos mercados filantrópicos online que, segundo Katherine, representam para a área o mesmo que o eBay e a Amazon representam para o comércio. “Pensem nisso como filantropia peer-to-peer. E isso desafia outra premissa, a de que a filantropia organizada é apenas para as pessoas muito ricas”, diz, lembrando exemplos de pessoas do mundo todo que se conectam através de ferramentas digitas para ajudar a quem precisa, mesmo que com pequenas quantias de empréstimo ou de doações.

“A terceira categoria é representada por Warren Buffet. O que eu chamo de doação agregada”, diz. Neste exemplo, Katherine mostra como a premissa de que cada doador deveria ter seu próprio fundo ou fundação pode ser eficiente, já que isso permite a agregação de doações e investimento, reunindo pessoas em torno de um objetivo comum.

A quarta categoria trata sobre inovação e competições, ferramentas capazes de atrair talento e dinheiro para algumas das questões mais difíceis a serem solucionadas, especialmente no que diz respeito a soluções tecnológicas e científicas. “Isto aborda uma outra premissa, a de que o doador e a organização estão no centro, quando o problema deveria estar no centro”, diz.

Por fim, Katherine fala sobre os investimentos sociais: o quinto e mais importante exemplo da sua tese. Ela exemplifica o tema com a Xigi.net, um site comunitário que associa e mapeia esse novo mercado de capital social. “Se conseguirmos alavancar mesmo que seja uma pequena parcela do capital buscado como retorno, os benefícios gerados podem ser surpreendentes”, defende a palestrante.

Katherine conclui sua palestra lembrando aos ouvintes que a filantropia está se reorganizando e apontando para um novo tempo: livre, grande, rápido, conectado e duradouro.

“Não estamos transformando nosso pensamento em uma nova forma de agir. Estamos transformando nossos atos em uma nova forma de pensar. Não é um exagero afirmar que temos o futuro da civilização em nossas mãos, de uma forma como jamais tivemos.”

Assista à palestra na íntegra.

Este texto foi escrito, originalmente, para o Blog EcoD – Por Redação EcoD

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