quinta-feira, 29 de julho de 2010

Responsabilidade Social

Um retrato comportamental da Responsabilidade Social
Gilberto Barros Lima

[EcoDebate] A Responsabilidade Social (RS) tem-se propagado velozmente no cotidiano social e empresarial. Considerada atualmente como um conceito mundial, a RS tem incorporado um respeitável consenso nas empresas e diversas corporações, digamos ainda, que pode ser definida como um imperativo de gestão para a futura competitividade da empresa nos seus respectivos mercados. Melo Neto (2001) exemplifica que a RS é uma ação estratégica da empresa na busca do retorno econômico social, institucional e tributário-fiscal. Além disso a RS é uma ferramenta coletiva, mobilizadora, porque valoriza a cidadania promovendo a inclusão social e restaurando a civilidade.


Nesta distinta etapa a RS ganhou notável repercussão adquirindo espaço por causa de sua complexidade e dinamismo dos diferentes contextos, ela é uma postura permanente que o meio empresarial se utiliza para a sua atuação no mercado de consumo e na sociedade. A magnitude da RS ultrapassa as ações sociais e a filantropia porque engloba a preocupação do comprometimento com os impactos diretamente causados aos consumidores, ao meio ambiente e demais segmentos, Melo Neto (2001, p.26, grifo do autor) ressalta que a “A filantropia baseia-se no assistencialismo, no auxílio aos pobres, aos desvalidos, desfavorecidos, miseráveis, excluídos e enfermos.” O mesmo autor enfatiza que a “responsabilidade social busca estimular o desenvolvimento do cidadão e fomentar a cidadania individual e coletiva. Sua ética está centrada no dever cívico, enquanto a filantropia tem no dever moral sua ética absoluta.”

Uma razão pela qual a RS mereceu notoriedade, segundo palavras de Adilson Vieira (Diretor Presidente do Instituto Presbiteriano Mackenzie, 2007) é que “O mundo globalizado encurtou as distâncias, mas não acabou com as desigualdades gritantes, muitos menos com as explorações e exclusões.” Essa contrariedade o autor resume que as “meteóricas transformações e avanços científicos” foram insuficientes para permitir a inclusão de milhares de pessoas que permanecem na condição de miséria.

É patente a mudança de mentalidade proposta pela RS, isso naturalmente incluirá a necessidade da conscientização e visão ético-sociais para estabelecer a profunda diferença dessa pobre realidade que ainda perdura no cenário mundial, sobretudo a RS deverá nortear ações estratégicas, arrojadas e eficazes que mantenha o equilíbrio político, econômico e social entre as empresas parceiras e a causa defendida para o atendimento da sociedade.

Comumente convivemos com uma gama de conceitos como a Responsabilidade Social, Responsabilidade Social Corporativa (RSC) e Empresarial (RSE). Recentemente surgiu outro conceito que não foge as mesmas regras do que significa a RS. Ele foi denominado por Mitch Markson através da pesquisa Good Purpose 2009 como Responsabilidade Social Mútua (RSM), ou seja, a RSE indicava que a empresa devia fazer o bem, agora a RSM é a união do que se pode fazer em múltiplas parcerias com o envolvimento das empresas, marcas, consumidores e o Governo.

Definitivamente a RS prosseguirá sua extensa jornada para firmar-se neste contexto globalizado, independente da distância entre o falar e fazer, a sociedade é desafiada para privilegiar e valorizar a empresa engajada com a RS para a consolidação de um futuro sustentável em todos os sentidos. Vale acrescentar que as instituições e as empresas parceiras com a RS deverá utilizar constantemente a flexibilidade, a polivalência, a motivação e outros fatores organizacionais dentro do atual e futuro contexto global.

O processo irreversível da RS dependerá da somatória de esforços individuais e coletivos de todos os agentes envolvidos, o engajamento pela diversidade das questões políticas, sociais e econômicas, por esse relevante motivo a sociedade global, bem como, as futuras gerações tem o direito de conviver com um planeta melhor vislumbrando uma herança sustentável.

Gilberto Barros Lima, Bacharel em Relações Internacionais pelo Instituto Blumenauense de Ensino Superior (IBES) SC, Pós-graduado em Gestão de Negócios Internacionais pelo Instituto Catarinense de Pós-graduação (ICPG) SC e Metodologia da Pesquisa e do Ensino Superior (IBES). Captador de Recursos (Fundraiser) do Centro de Recuperação Nova Esperança (CERENE) . E-mail: gbarroslima{at}yahoo.com.br

EcoDebate, 29/07/2010
Fonte: http://www.ecodebate.com.br/2010/07/29/um-retrato-comportamental-da-responsabilidade-social-artigo-de-gilberto-barros-lima/

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