sexta-feira, 28 de maio de 2010

Gestão no Terceiro Setor

Manter-se como organização diante das novas exigências e responsabilidades a cada dia está se tornando mais difícil. Na busca por um posicionamento e estabilidade, as organizações de sucesso investem em profissionais qualificados e em gestores capacitados objetivando novas competências organizacionais.
Esse comportamento se torna cada vez mais freqüente entre as organizações sem fins lucrativos, visto que aumentaram a demanda e exigências por trabalhos mais eficazes e ações coordenadas, a fim de garantir a continuidade e efetividade de suas ações.
A garantia da sustentabilidade organizacional e eficiência no gerenciamento das atividades, dependem diretamente do quanto o Gestor percebe que não só de boa vontade se mantém uma organização e sim com uma gestão voltada para resultados e estratégicas organizacionais bem definidas.
As organizações do Terceiro Setor em sua maioria surgem de um sonho ou projeto pessoal ou de idealizadores. Para exemplificar, observa-se a seguinte suposição: existe em um determinado bairro o caso em que a ação surge porque alguns adolescentes estão fazendo uso de droga na esquina, neste caso especifico, cheirando cola. Um morador deste bairro observa essa situação e resolve realizar alguma ação para reverter este problema, abre então a porta de sua garagem, quartinho de entulho desativado ou mesmo sua copa e inicia um trabalho para mudar a vida destes adolescentes. Com o tempo o padeiro fica sabendo do projeto que está sendo executado e começa a doar pães, o pedreiro faz aquela pequena reforma no quartinho, o pintor faz aquela pintura no domingo de manhã e assim mais e mais pessoas contribuem para o Projeto que auxilia usuários de drogas. Com o tempo e com um número maior de contribuintes, o quartinho se torna o aluguel da casa da esquina. Mais à frente a estrutura se torna muito grande e o descontrole maior ainda diante de tantas exigências legais e de novos parceiros, falta aí à gestão. Claro, aquele que sonhou queria apenas mudar a realidade daqueles adolescentes usuários de drogas.
Neste momento eis que surge o gestor que após uma avaliação encontra o melhor caminho para que a organização se torne sustentável, para que haja desenvolvimento real das equipes internas e trabalhem para os resultados. Neste momento pode ocorrer o choque com a direção: "Como alguém que veio de fora, acadêmico por natureza pode querer mudar as nossas rotinas?".
Essa situação parece absurda, pela responsabilidade e pelo importante papel do gestor na organização. Com o exemplo observa-se que as organizações do terceiro setor necessitam ter acesso a ferramentas que as preparem para receber uma estrutura gerencial adequada e capacitada para que os seus objetivos sejam alcançados. Os idealizadores, sócios e diretores não foram treinados e nem mesmo imaginavam que em um dado momento, para a sobrevivência e sucesso da organização, necessitariam de um bom gerenciamento, como no exemplo, a intenção inicial era somente evitar que aqueles adolescentes usassem drogas.
Assim sendo, na busca pela gestão sustentável das organizações do terceiro setor é necessário conhecer as dimensões que garanta tal estado e os possíveis conflitos enfrentados pelos gestores, sócios e idealizadores.

FONTE: IBER, de Souza Pancrácio dos Santos.Gestão para a Sustentabilidade do Terceiro Setor: Um estudo de caso comparativo entre duas organizações do terceiro setor da cidade de Itabirito - MG/ Rodrigo Gonçalves de Almeida Félix, Tiago Davi Lage Carvalho. Itabirito: FUNJOB/MG, 2009.

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